Wednesday 17 December 2008

Good Writers

O que nos faz bons escritores? A maneira com que atingimos os sentimentos de quem lê? O número de pessoas que se interessam por nossos textos? Ou seria a quantidade de vezes que escrevemos e reescrevemos as palavras até acharmos que estão parcialmente boas?
Talvez um bom escritor seja aquele que escreve com o coração, ou então aquele que escreve a primeira coisa que surge na mente. Um bom escritor pode ser aquele que tem facilidade pra escrever as coisas, ou então o que faz uma enorme força pra fazer a coluna do dia. Pra mim um bom escritor não é aquele que escreve sobre amor, e muito menos o que usa as regras de redação que aprendeu na escola, não é aquele que pega as palavras mais difíceis do dicionário, e menos ainda o que escreve só por escrever. Acho que um bom escritor é aquele que simplesmente escreve, que entra em contato com as vogais e consoantes pra que juntos possam criar uma admirável paisagem, é o que escreve sem se importar se vão ler o não, porque a opinião dos demais é menos importante do que seu amor pela escrita. Acho que um bom escritor não dá vida às palavras, ele apenas revela seu verdadeiro valor.

23/01/08

Todas as noites quando fecho os olhos, minha cabeça é invadida por coisas. Úteis e inúteis. Passadas e futuras. Coisas com as quais eu não deveria me importar. Coisas que eu não deveria me permitir imaginar. Mas que insistem em freqüentar meus pensamentos mais impensáveis, apenas pra me lembrar que eu preciso começar a agir.
Eu já ouvi dizer que a mente humana tem um grande poder. Seria muito atrevimento desejar saber se tal poder permanece também em corações covardes? Talvez sim. É claro que não. Que livro eu publicaria se realmente escrevesse o que vejo?
'Estava no sofá, esforçando-se para rabiscar um texto qualquer no pequeno pedaço de guardanapo que encontrou na bancada. Segurava um cigarro. Aquele que tinha acabado de acender. Aquele que implorava pra ser apagado pela mesma mão que o levava até a boca. Ela deveria esquecer o processo, expulsar frases de amor ao invés de uma fumaça que embaça seu raciocínio. Como seria bom uma xícara de café preto, dizem que não há nada mais inspirador. Deve ser por isso que não entende as próprias frases. Ela não fuma. Ela não toma café. Ela apenas...pensa demais.'

Tuesday 16 December 2008

I've been everywhere, man

Eu era advogada, porque eu gostava da idéia de estar ajudando alguém a não ter que pagar por um crime que não cometeu. Mas aí eu tive que defender um machista que batia na mulher e uma meretriz que deu o golpe da barriga em algum figurão que não queria acabar com o casamento de anos. Então, eu nunca mais voltei ao tribunal.
Eu era veterinária, só porque eu sempre amei estar com animais. Mas aí eu vi muitos sofrendo e não consegui salvar todos. Era muito mais fácil criar alguns no quintal de casa. Então, eu nunca mais voltei ao consultório.
Eu era jornalista, porque escrever era tudo o que eu mais gostava de fazer. Mas aí eu percebi que não conhecia ninguém que me indicasse e que no fundo eu não era tão boa assim. Então, eu nunca mais apareci na redação.
Eu era física, porque todas essas teorias e leis sempre me fascinaram e eu tinha uma certa aptidão pra coisa. Mas aí eu vi que não queria viver só de física e que geologia podia ser o caminho. Então, eu nem cheguei a saber onde eu ia trabalhar.
Eu era geóloga, porque envolvia não só física, mas também computação e química, e eu também ia mexer com as coisas legais do solo. Mas aí a química tomou conta da coisa e os serviços de campo não eram tão interessantes. Então, eu nunca mais apareci na Petrobras.
Eu era geofísica, porque não envolvia tanta química, e sim muita física, e porque terremotos e abalos sísmicos sempre foram mais legais que rochas. Mas aí eu achei que complicou demais e a indecisão tomou conta de mim. Então quando eu percebi, não sabia mais o caminho da estação.
Hoje eu sou quase-militar, porque mesmo me matando de estudar, eu vou me aposentar com o salário integral. Não é bem uma coisa que eu quero, e sim porque eu acho que [ironia] quase [/ironia] não tive opção. Apesar de tudo, nem sei se chego até o quartel. Não que eu esteja muito preocupada, até porque se nada der certo, é só virar hetero.

Monday 1 December 2008

Rtz

Skins; Gossip Girl; QAF; Skittles; Tartaruga; Desenho; Samantha Madison; Tunstall; HP; Set List; Comida de peixe; Green; Porto Alegre; Lhama pepino mutante andante; Poneiga; Larme; Bep; Oldmens; Trio; Brittish; Roomates; Vinte do seis; A Princesinha; Wild world; Quizzes; Save the last dance; S. Manson; B.(L)S.; Banana de pijama; SMS; Murais; Patê; Eyes; All Star; Ipod; English Class; Fanfic; Avril; TINS; Kenny; Arnie; Globo de neve; London , London; Pink Sloth; Flickr; Freak; Whatever fuck; Woo hoo *clap clap clap*; Bump hips; Too cool for school; Folk; Paris; Truth; Friendship; Love;

Tuesday 4 November 2008

Sketch

O cassete acabou. O toca fitas acabou. A filmadora acabou. A câmera fotográfica idem. O walkman acabou. A biblioteca acabou. O pique-esconde acabou. E a bicicleta idem. O jogo de cartas acabou. O museu acabou. O verde acabou. A praia idem. A barbie acabou. A pintura acabou. O karaokê acabou. O teatro idem. O ano tá acabando, e eu tô indo junto com ele. Quase um mês e pouco. Uma boa idade pra se aposentar.

Sunday 26 October 2008

You're speaking my language, baby

Bendita a hora que você me chamou na loja de inconveniências, aprendeu o meu vocabulário, e sintonizou a nossa estação. O meu imaginário falhou. E então, dei asas à minha cartela de cores.

Friday 24 October 2008

Holiday

Ultimamente eu tenho lembrado de você, como em todos os dias durante todo esse tempo. Ultimamente eu tenho te visto mais vezes, como em todo o tempo durante todos esses dias. Às vezes eu penso que eu já estou muito velha pra ficar de castigo, então por que você simplesmente não me deixa ir?

Sunday 12 October 2008

You’re looking like you’re looking for something

O seu gostar é dos mais estranhos. Às vezes você parece se importar mesmo não dando a mínima, mesmo evitando demonstrar a real sensação na hora dos 'pratos limpos'. Essa gentileza, você sabe. E eu sei que não é, mesmo quando tenta ser. Mas aí você sorri, da mesma maneira que faz quando algo que você planejou começa a dar certo, e eu fico sem saber se é de você ou pra mim.
Eu jogo seu jogo, eu faço a sua história, eu deito na palma da sua mão e você nem sequer tira o pó do meu dia. Você não percebe, ou não quer perceber. A questão é que nada vai pra frente. Quando você bate na porta, e entra na minha cama sem perguntar.

Wednesday 8 October 2008

You are not my plan

Eu estou presa a você de todas as formas, e me tenho a leve impressão de que perdi a chave dessa maldita obsessão. Pra felicidade das flores do meu jardim, esse furacão inconstante que me traz até você vestiu a máscara de brisa leve. Mas eu preciso te deixar ir, e começo segunda. Estarei de dieta. Dieta de você.

Friday 3 October 2008

Randomness

O relógio marca sempre a hora errada, o tempo passa rápido demais, o trânsito pára do lado de fora, as suas roupas nunca saem do chão, você atualiza a trilha sonora, muda o cardápio pra outono/inverno. É essa chance de sair pra tomar um drink que me faz sempre ter um tempo extra. É essa maltida inclinação. Que me faz tropeçar e cair bem diante dos seus pés.

Tuesday 30 September 2008

Line twenty-one: breaking my own rules

Eu cansei de falar sobre as mesmas coisas. Eu cansei de ficar acordada nas aulas. Eu cansei de pegar ônibus cheio. Eu cansei de não fazer nada de tarde. Eu cansei de esperar a internet melhorar. Eu cansei de jogar os mesmos jogos. Eu cansei de ouvir as mesmas músicas. Eu cansei de ver os mesmos filmes. Eu cansei de sair e voltar tarde. Eu cansei de pedir um cachorro pra minha mãe. Eu cansei de dizer que vou estudar. Eu cansei de pensar que o ano está acabando. Eu cansei de ser menos ignorante. Eu cansei de deixar de usar a minha ironia. Eu cansei de tentar parecer menos egoísta. Eu cansei de fazer a janta. Eu cansei de lavar a louça. Eu cansei de arrumar o armário. Eu cansei de juntar dinheiro. Eu cansei de não trabalhar. Eu cansei de ter dezesseis. Eu cansei de não dirigir. Eu cansei de querer morar no sul. Eu cansei dessa cidade. Eu cansei de todas as cidades. Eu cansei de desejar viver o passado. Eu cansei de tentar encontrar quem eu nem nunca vi. Eu cansei de usar manequim trinta e seis. Eu cansei de dizer que eu estou gorda. Eu cansei de comer besteira. Eu cansei de be right back. Eu cansei de aparar as pontas. Eu cansei de ter festas pra ir. Eu cansei de falar muito alto. Eu cansei de não ouvir quase nada. Eu cansei de ver o que eu não quero. Eu cansei de andar em linha reta. Eu cansei de me cansar.

Tuesday 23 September 2008

Wordness

As pessoas sempre interessam menos do que as próprias palavras. É preferível o 'escrever', apesar de qualquer coisa em comum com o 'ser'.
As palavras sempre interessaram mais do que as próprias pessoas. É preferível o 'inpensar', apesar de qualquer coisa em comum com o 'estar'.

Saturday 20 September 2008

Oh, baby, baby, it's a wild world

O frio nas manhãs sem chuva me faz perceber o quanto eu gostaria que você estivesse aqui pra comentar essas séries, e quando em vez me parece que a cor dos seus olhos é o único motivo pelo qual eu desejo não ser tão cega sempre. Eu só preciso de um sentimento concreto pra quebrar toda essa rotina que atrapalha o nosso mundo, algo que cause aquele seu impacto e me tire do transe que se mantém intacto até a fase das folhas secas. Essas luzes aprenderam a incendiar esquinas, separar roupas molhadas, discutir a bolsa de valores no café da manhã, enquanto tudo o que nós queríamos era um gole a mais do cigarro que acendeu a noite. Quem dera se nós tivéssemos esquecido ironias pelo caminho, assim seria mais fácil voltar ao quarto que deixamos esquentar. Quem dera se nós tivéssemos, assim seria apenas mais fácil.

Friday 19 September 2008

Like a small piece of the earth

Eu não me lembro há quanto tempo, mas quando se trata de detalhismo, eu prefiro olhos a pensamentos, quando se trata de egoísmo, eu prefiro olhos a sentimentos. Dizem que tem a ver com a janela da alma, e a verdade é que eu nunca me importei com isso, porque me interessa mais as linhas que parecem fundas do que a persiana entreaberta.
Tem algo especial no castanho claro, porque ele não é tão limpo quando o azul, e nem tão sujo quanto o cor de estante dos meus. Deve ser o meio termo entre o lápis aquerelável e a tinta a óleo, ou algum número ímpar no espectro de cores visíveis, daquelas que você fica olhando por horas até perceber de que tom se trata, e que na pessoa certa, não se sabe se puxa pro amarelo ou pro marrom.
É um caso que não se trata de vários, e sim de todos. Ou de pelo menos um.

Sunday 7 September 2008

False alarm

O que mais eu arriscaria dizer? Apesar de ser incapaz de mentir pra uma pessoa como você, eu ousei dizer que te queria aqui. Só pra ver a sua reação, te fazer achar que eu ainda era dependente de algum pedaço seu que há tempos não me faz sorrir. E você veio, com toda aquela luminosidade de quem acaba de conquistar mais um território no war, se gabando por algo que sequer sabia o que, sentou ao meu lado esperando uma resposta. Eu não ia falar, mas 'já tem gente aí'.

Sunday 31 August 2008

Get rhythm

Deve haver uma explicação pra isso. Pra quando tomar banho, desenhar seu nome na cortina embaçada pelo frio. Pra se apaixonar por alguém só porque tem o mesmo andar que o seu. Pra gostar de você por gostar do que eu não gosto. Pra escrever seu sorriso na prova de inglês. Tem que haver uma explicação pra isso. Pra querer estar a quarenta e sete centímetros de distância. Pra fechar os olhos e querer abrir por você.

Sunday 24 August 2008

The trigger of all things

As coisas só mudam de lugar para que a gente fique se perguntando onde diabos elas estão. As palavras só se desintegram para que a gente fique se lamentando por não poder alcançá-las. Você só me olha nos olhos para me fazer ter a certeza de que não existe outro castanho claro que chegue aos seus pés.
Talvez eu não tenha procurado, não tenha me interessado pelo te querer e foi aí que você resolveu não chegar. Eu não vou jurar pela nossa felicidade que eu nem sei se começou e nem vou dizer que você entendeu tudo errado, porque a verdade é que eu nem cheguei a te ver. Acho que é a tal síndrome do fracasso prévio que funciona como o sinal vermelho, essa sensação de estar com você e não te sentir respirar, o não saber como eu fui parar ali, como você não veio parar aqui. Eu poderia te dar duas mil razões pra passar às sete, mas o laptop está ocupado e a pressa me atrasa. O que tem é essa sua mania de parecer querer controlar tudo, é essa parte da história que me faz gostar mais do 'nós' do que de mim, é essa cena que você faz quando a luz diminui, essa pegada que demonstra ter. Você só. Só você.

Saturday 23 August 2008

Puzzle of scenes

Eu te vi no palco. Gostaria que você soubesse que eu estava lá. Pelo menos pra reconhecer o quanto você atua mal quando tenta ser verdadeiro. Demorou pra finalizar seu espetáculo literal, me fez lembrar das intermináves vezes que você me ensaiou seu texto. Naquele tempo, as luzes eram mais rápidas quando se tratavam de apagar, e você como um bom faroeste, era sempre o primeiro a acender. Tudo parecia mais claro ao focar o foco, e o pensamento se fazia mais limpo quando se insistia desejar. Você tentou matar. Mas só conseguiu acertar a sede de achar que eu voltaria a pensar em você.

Tuesday 19 August 2008

Big river

Eu tenho que estar. Eu tenho que não confundir. Eu tenho que saber o que não quero pensar. Eu tenho que escrever um folk. Eu tenho que andar na linha. Eu tenho que publicar um livro. Eu tenho que pedir em casamento. Eu tenho que conhecer. Eu tenho que andar na areia da praia. Eu tenho que encontrar a dupla personalidade. Eu tenho que fazer as pazes com a ironia. Eu tenho que continuar não acreditando em ninguém. Eu tenho que ser o mais distante possível. Eu tenho que mostrar como não dar a mínima. Eu tenho que esquecer de ver fotos. Eu tenho que fechar os olhos. Eu tenho que aprender como se aprende. Eu tenho que contar os dias. Eu tenho que esquecer de lembrar. Eu tenho que esquecer de respirar. Eu tenho que ser daltônica. Eu tenho que ver o céu cinza claro. Eu tenho que aprender a letra. Eu tenho que conhecer um novo som. Eu tenho que descobrir como voar. Eu tenho que perceber o odiar. Eu tenho que trocar de nome. Eu tenho que ir pra Londres. Eu tenho que gravar um cd. Eu tenho que trocar de estação. Eu tenho que voltar a não estar na moda. Eu tenho que voltar alguns anos. Eu tenho que parar de parar de fazer tudo o que me faz parar de sentir. Eu tenho que. Eu tenho.

Monday 11 August 2008

I need you to need me

Aquela vontade de pegar o ônibus e sentar ao seu lado só pra te atrapalhar na descida, a sensação de te esbarrar na rua e achar que vi o cara da série de TV, o minuto em que eu penso em nós dois antes de acordar.
Quando em vez eu alugo uma cama de casal e reservo seu cappuccino pro dia em que neva do lado de cima. É quando o 'x' no meio da porta significa 'não pertube no Royal Rumble'. É quando tudo o que eu sinto, é a falta de sentir a sua.

Sunday 10 August 2008

You're not fooling anyone

Não veja o que eu vejo, não ouça o que eu ouço, não fale o que eu falo, não faça o que eu faço. Porque eu simplesmente sou egoísta demais pra aceitar uma cópia mal feita que nem sabe como me ser.

Monday 4 August 2008

Merry happy

De quando em vez eu só gostaria de sair daqui, conhecer os neolatinos, descobrir a américa que foi esquecida por você. De tempo em tempo eu só preciso me fazer notar, despertar a sua vida no dia dezessete, te fazer sentir que nosso mundo não é tão azul. De ano em ano eu teria uma rotina pra viver seu nome, tatuaria sua lista no meu ombro esquerdo diagonal, seria incapaz de fazer qualquer coisa só pelo meu 'eu' que ainda não dormiu. De hora em hora eu tranco a porta pelo lado de fora, deixo todo o meu pudor no sofá, te levo pro quarto com um aperto de mão. De hoje em sempre você fica pro café, nosso caso muda, eu digo sim, você assina atrás.

Wednesday 30 July 2008

Immune

Na maior parte do tempo isso soa engraçado, a beleza da incerteza me faz crer que eu não sei o que ainda estou fazendo aqui, quando eu poderia me trancar o silêncio e nunca mais lhe dirigir a confiança. Foram tantos os tratados de paz que eu esqueci minhas estratégias de guerra, e agora é como se o seu vento terral me levasse pra fronteira onde eu nunca quis estar.

Backstage

Cores repetidas para um álbum de fotos que nunca vão ler seguem o mesmo padrão de cartas forçadas por quem não seleciona certas palavras. Nosso amor instantâneo de quarenta minutos e dez passou da validade na sessão de achados e perdidos quando a comédia romântica que você me fez terminou nos vinte e nove do terceiro tempo. Eu te imaginei por acaso no corredor de biscoitos do K-Mart, mas sempre esperei na ala leste da sessão de brinquedos. Eu nunca precisei olhar nos seus olhos pra saber cada movimento seu e nem precisei jurar que somos amantes de vidas passadas, porque eu sei que mesmo se você não me conhecesse, ainda saberia que eu nunca te amei tanto quanto hoje.

Monday 28 July 2008

Plator amônico

O sentimento que eu nunca conheci tem o seu mesmo nome que eu nem sei pronunciar, seus pensamentos seguem o meu mesmo caminho que eu nunca percebi, seu sorriso de cromo número dezessete e duas páginas me tira o ar desde a primeira vez que o encontrei por acaso na parte de classificados, enquanto tudo o que eu desejava era apenas acordar com você.

Wednesday 23 July 2008

Something to talk about

Levantou sem fôlego relembrando a apnéia de meses atrás, precisou de mais umas dores de cabeça pra decidir que tinha que parar de tragar aquela fumaça. Não sabia por que ainda pensava no ontem, era um vício que não conseguia largar. Já fazia tempo que não percebia o pontapé inicial, e o motivo pelo qual havia acordado se perdeu no escuro do quarto. A única luz da manhã prendia toda a sua atenção. Esqueceu o que estava pensando, apagou o cigarro, prosseguiu com o sono interrompido.

Friday 18 July 2008

I'm gonna need a better reason to write you a love song today

Olhos fechados, e seu sorriso me diz que é só seguir o fluxo. Todos esses acordes me levam a crer que eu não posso me distanciar, mas essa maldita sensação de que você me mata a cada passo que dá ainda acaba com nosso amor de terça às dez.

Tuesday 15 July 2008

Quiet

Acordou cedo dessa vez. Correu para a praia com a mesma euforia de quando fuma um cigarro após o chá das cinco, parou no pequeno pedaço de terra que a separava do brilho eterno e por um segundo deixou-se atrair por algo que não fosse seu reflexo nos finos grãos de areia. Um olhar que provocou outro olhar, uma sensação que desencadeou outras milhões. O sol nasceu só pra vê-la sorrir e ela retribuiu com um simples aperto de mão.

Sunday 13 July 2008

The love is really so much beautiful ♥

Times Square, 3:19 p.m:


- Oi ;)

- Olá ;D

- Tudo bem?

- Tudo e com você?

- Também.

- Qual seu nome?

- Mary, e o seu?

- Julie.

- Olha, eu tenho que te falar uma coisa. Eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, mas eu te amo muito e não posso viver sem você.

- Eu também te amo mais do que tudo e não sei o que faria sem você comigo.

- Ah, eu tenho que ir.

- Tudo bem, eu também vou indo.

- A gente se fala (L)

- Ok <3


Mary virou a esquina. Elas nunca mais se encontraram.

Someday soon

Seria tão mais fácil se você apenas me dissesse o que quer que eu faça, mas aí não teria graça, certo? Porque todos têm que aprender com seus próprios erros. É bem mais difícil encontrar as pessoas quando está chovendo, mas acho que isso é um sentimento universal. E eu até fico aliviada, porque senão eu não poderia dizer que não tive nada a ver com tudo. Hoje cheguei a conclusão de que o amor é uma coisa que não combina com os humanos. Todos são tão eu, eu, eu e o amor é tão nós, nós, nós. Acho que é por isso que ninguém nunca sai ganhando, no final das contas, preocupa-se mais com a maneira que vai terminar do que como começou. Eu confesso que até gostaria de ter te pensado mais em nós dois, mas eu sou tão humana quanto apaixonada.

Wednesday 9 July 2008

My Anna

Mais do que qualquer coisa seria aquela menina de olhar encantador, sorriso sincero e acima de tudo apaixonante. Aquela menina que me fez enxergar de cinco maneiras diferentes, todas exatamente meia ditas para um ótimo entendedor. Sua incrível capacidade de mudar tudo com apenas um gesto, uma palavra, uma jogada de cabelo. Eu poderia jurar-lhe cumplicidade eterna, e pediria todos os dias pra nunca tornar-se outro número. Mais do que qualquer coisa é essa menina, que de todas as que conheci é a que mais me parece sem nem mesmo parecer.

Monday 7 July 2008

Between the lines

Ela não tinha que passar por isso, mas teria que crescer em algum momento e decidiu que seria naquele. Mesmo que não entendesse o motivo pelo qual as palavras não podiam ser ditas, ela perdia seu tempo pensando fazer-se ouvir. Passava horas tentando voltar na parte em que tudo fugiu do controle, e via como a falsidade rodeava o que mais importava. Coisas que não eram reais, que não vinham do lado certo. Ninguém se importava, ela sabia disso. Porque o que vale mesmo é todo o exterior, e é fato que os meios justificam os fins. Sentiu-se bem ao afogar as lembranças na pia da cozinha, achava incrível o jeito como tudo pode se tornar tão fácil de uma hora pra outra. Contudo, estava tudo bem. Já era normal jogar as coisas pela janela.

Turn on the 'Fuck You!'

O último pensamento inútil foi dedicado a alguém. E então ela disse. Foda-se. Elas. Cansara de tanto sentimento falso, de tantas coisas forjadas pra no final deixar alguém no chão. Estava feliz, com raiva. De que? De quem? De qual das três?

Sunday 6 July 2008

The world around us makes me feel so small, Lyla!

Pela primeira vez em muitas, resolveu ouvir a campainha. Eram flores. Sem perfume, sem cartão, as da futura primavera. Tomou mais uma dose de humor, colocou-as no porta-retrato e sentou-se no sofá. Não conhecia ninguém que pudesse visitá-la, apenas a farmácia que talvez entregasse a narcolepsia de meses atrás. Caiu nos braços de Morpheu. Foi a última vez que se ouviu falar em vida na Season, 39. E em cima da mesa, uma única lembrança. Flores. De plástico. Nunca morrem.

Friday 4 July 2008

I'm down with that, i'm down with that ♪

Eu não queria ir lá, não queria mesmo, mas sabia que o meu ônibus ia demorar, e demoras por demoras, prefiro esperar fazendo alguma outra coisa. Tudo bem, eu subi no primeiro veículo que me levaria até você, foi a pior coisa que eu pude pensar em fazer, e até agora eu não sei por que fui até lá. Eu não falei com você, você não olhou pra mim e só o que eu conseguia imaginar era num motivo pra aquilo estar acontecendo. Eu não me lembro de ter feito nada, e nem me lembro de querer fazer, mas acho que a idéia central de tudo isso não vem da sua cabeça. Eu não sei o que está se passando aqui, mas a única coisa em que eu consigo pensar é: por que diabos eu não esperei o meu ônibus?

Smile and pretend

Her green plastic watering can for her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth that she bought from a rubber man

- Você vai pra onde?
- Pra casa.
- Por qual caminho?
- Pelo da falsidade.

Wednesday 2 July 2008

Hello, stranger

Eu nunca cheguei a trocar olhares com você, apenas algumas palavras que se diz casualmente a alguém que nunca viu na vida. Eu nunca fiquei horas te observando dormir, me apaixonei por você sem nem mesmo te conhecer. Eu não ligo pra borboletas no estômago ou sinos ecoando na cabeça, porque você é única música que eu preciso ouvir. Todos os dias eu acordo com a sua idéia em mente, e todas as noites você bate na porta dos meus pensamentos. Só há uma coisa que eu gostaria de te dizer: Você não tá afim de entrar?

Congratulations, i (definitely) hate you

Eu não sei ao certo o que sentir, se sentir. Além do mais, esse sentimento não significa muito mais do que raiva. Só raiva. Pela primeira vez na minha vida eu sei o que estou fazendo, e sei o que eu realmente não quero: você.
Eu costumo dizer que nunca me arrependo de nada, e me arrependo por dizer isso. Porque se tem uma coisa pela qual eu me odeio por ter feito, foi por ter conhecido você.

Monday 30 June 2008

Conto de farsas

Era uma vez uma história e uma menina. Não se sabe ao certo quem contava quem, mas de qualquer forma, elas tinham muito em comum. A primeira era feita pra fazer de trouxa, a segunda fazia com que a outra fizesse por ela. Todo aquele papo de felizes para sempre, meu amor nunca vai mudar, - peloamordeeinstein, traz um balde porque isso me dá náuseas - nada disso serviu de consolo pra quem no final não terminou muito bem. Reza a lenda que era uma vez uma história. A menina? Bem, a menina acabou primeiro.

Saturday 28 June 2008

Stoppin' the loving getting in, pt.3

Finalmente tomou coragem e resolveu olhar pra trás. Ele sabia que era a última chance de dizer que só estava fazendo aquilo por ela. Ela já tinha virado a esquina, se perdido na multidão, mas ele sabia aonde ir. A única coisa que o coração dele conseguia gritar era o nome dela. E a única coisa que o dela não podia ouvir era a voz dele. De todos os lugares do mundo, só havia um em que ela poderia estar, e foi exatamente lá que ele a encontrou.


- Eu preciso te dizer uma coisa...

- Eu já sei.

- Como?

- Você já me disse.

- Quando?

- Agora.


Não vos interessa de que forma, mas de alguma forma eles sabiam o que tinham que saber. E ficaram lá, apenas se olhando, dizendo em silêncio tudo aquilo que precisavam dizer.


- O meu coração...

- O que tem?

- Ele é seu, sempre foi e sempre será.


Ela tirou do bolso um pedaço de folha qualquer e rabiscou alguma coisa.


- ♥

- O que é isso?

- É tudo o que eu tenho pra lhe oferecer.


E depois acrescentou algo.


- it beats for only you.


Ele leu, releu e finalmente sorriu. Ela não estava mais ali. A última imagem que ele conseguiu guardar foi a dela sumindo no meio dos carros. Ele não foi atrás, não quis ir atrás. Pois sabia que de alguma maneira ela iria voltar, nem que fosse pra buscar o amor de verão que ele acabara de guardar no bolso esquerdo do casaco azul marinho que ela vestiria após o café.

Thursday 26 June 2008

Stoppin' the loving getting in, pt.2

Mesmo após ter jurado pela própria felicidade ao lado dela que não voltaria a tocar naquele assunto, ele era incapaz de se convencer que nunca mais estaria com ela. Ele só queria uma razão, um único motivo pra tudo ter mudado da água pro vinho.

- O que houve?
- Não sei. O que você fez?
- O que eu não fiz?
- Tudo.

Ele queria que ela explicasse. Ela queria querer explicar. E tudo acontecia assim, palavras que não foram ditas, momentos que não foram vividos, tudo jogado ao vento pra algum outro conto de fadas encontrar. Ele precisava fazê-la encarar a incerteza, era o mínimo que podia tentar.

- Por que estamos monologando?
- Não estamos. Você está. Sempre esteve.
- Você me disse pra não acreditar nessa maldita esperança. Eu só queria saber que estava tudo bem.
- Mesmo sabendo que nunca estaria...
- O que eu podia fazer? Dar tempo ao tempo?
- De que adiantaria? Depois de um tempo tudo perde a graça.
- É nisso que você acredita?
- É nisso que eu não acreditava até esse tempo existir.

Foi a conversa mais longa que já tiveram. E o diálogo menos explicativo que já aconteceu. Em momento nenhum ele desviou seus olhos do dela, e em momento algum ela teve coragem de encarar os dele.

Tuesday 24 June 2008

Stoppin' the loving getting in, pt1

Ela guardou seus maiores segredos e se escondeu de todos os planos que ele tinha pra uma idéia melhor. Foi de propósito, claro. Ele deveria ter percebido que ela não era tão amigável assim.
Depois de idas e vindas, numa tarde de sol sentados à beira do lago, ele então viu que já não havia nada em comum.

- Suas mãos estão tão frias.
- É o tempo.
- Não. Sou eu.
- Talvez seja.

E mesmo apaixonado, ele não ouvia seu coração. E mesmo abraçados, o dela não batia no mesmo ritmo que o dele.
Era inacreditável que algo tão incrível pudesse se desfazer em menos de meio mês. Era inaceitável que ela pudesse deixar de amá-lo em menos de 14 dias.
Ele pensou ter ouvido um último suspiro, uma luz no fim do túnel que apenas por um momento pareceu se aproximar, e então desperdiçou sua última chance.

- Nós deveríamos tentar...
- Quantas vezes mais?
- Quantas forem necessárias.
- Então perderemos mais do que tempo com isso, você sabe que não podemos mudar o que já está feito.

E ela mais uma vez mentia pra ele. E admita isso com toda a culpa que um egoísta poderia ter. Virou as costas, já era tarde. Já estava apaixonada por outro.

Sunday 22 June 2008

And help me forget your name

Can you take this silence like a pill so I can breathe again?
I've been trying to ignore the best parts of you. I'm still hoping that I'll be with you somehow.
Please be home tonight. I'll die if I don't get a chance to make this just right. I'm sorry but I can't forget about the way I feel every time you're here

- O que você quer?
- Eu quero você.
- Mas isso você já tem.
- Então eu não preciso de mais nada.

Merry Christmas! Merry Christmas! But I think I'll miss this one this year,

Sometimes I just wanna keep walking - get me into the mountains.
I see everything's easy, If I just keep walking.
And sometimes the journeys's the thing, and I don't wanna sing - I wanna walk ♪


Às vezes eu não sei se estou preparada pra seguir em frente sem você. Pra falar a verdade, eu acho que nunca estive muito preparada pra alguma coisa. Eu apenas deixei o vento levar meu barco pra onde ele quisesse, e nem me dei o trabalho de apontar a vela pra direção que eu gostaria de ir.
Foi fácil no começo, porque eu só tinha que me acostumar com a situação. E me acostumei. Tanto que não percebi quais as grandes mudanças que ela traria pra mim.
Falando com toda a sinceridade que eu posso encontrar nas minhas mentiras, tudo pareceu me tirar um tremendo peso das costas. E fala sério, pela primeira vez eu estou dizendo algo sem nem um pouco de ficção aqui, e pela primeira vez eu tenho certeza que isso não pode ser destinado a alguém real. Eu nunca pensei que seria mais simples falar tudo no número de linhas equivalentes a pensamentos sinceros, mas pelo que se entende, é o melhor a se fazer.
Mesmo eu estando umas duzentas milhas longe de casa, mesmo que duzentas milhas abaixo deste lago seja o lugar do meu coração, você não se importaria. E isso me deixa totalmente tranqüila, porque desse jeito eu não tenho que pensar que a minha obrigação é ter você sempre na minha mente, e eu só vou precisar dançar conforme a música sem nenhuma preocupação, da mesma maneira que era antes de você me ligar dizendo que queria estar aqui.
Eu posso dizer que não, eu posso ter dito que nunca, mas acho que me arrependo totalmente de quase tudo isso. Não que eu não quisesse ter vivido, eu apenas não viveria de novo. Sem dúvida que não. Eu não sou o tipo de pessoa que tem apenas um alguém em mente, e se tem alguma coisa que me desencanta é falar em ‘pra sempre’ e pensar nos milhões de anos que se tem pela frente junto com alguém. Eu não gosto de coisas duradouras, quanto mais rápido o filme acabar, melhor vai ser pra todo mundo. E aí toda essa história de isso, aquilo e aquilo outro. Nossa, eu acho que até fico enjoada com essas coisas. 
Mas parando pra pensar, essa não é uma descrição detalhada de tudo. É apenas uma curiosidade que eu achei que sabia, e que você também tem o total direito de saber.

Saturday 21 June 2008

Let it roll on down the highway ♪

O sentimento corre entre os meus dedos, passa pelas minhas veias, e chega ao meu coração.
O único som que eu posso ouvir, é o da água do tanque caindo dentro do balde verde, e vai preenchendo cada espaço, e vai transbordando minha alma. Estou sem forças pra me levantar, estou sem forças pra mentir pra você. É como se meu corpo estivesse pequeno demais pra agüentar o peso das idéias, do mesmo jeito que meu coração não agüenta todo o impacto que suas palavras causam em mim. Eu me sinto incompleta. E me sinto explodindo. De raiva.

I can't keep it a secret

Preciso de um amor de verão. Preciso de alguém pra vida inteira. Preciso dizer, ouvir, sentir tudo aquilo que a 'bonitinha' faz parecer tão bom.
Eu quero poder escrever coisas especiais e tirar fotos para um único porta-retrato. Quero saber como é ter uma alma gêmea que realmente nunca morre.
Não bastam apenas alguns finais de semana. Eu preciso de algo que dure um número ímpar.

Friday 20 June 2008

If only

I looked out this morning and the sun was gone
Turned on some music to start my day
I lost myself in a familiar song
I closed my eyes and I slipped away ♪

Toda a minha certeza foi embora junto com as inúmeras soluções que eu tinha para os nossos possíveis problemas, e o que eu gostaria que fosse desabou da mesma maneira que você voou pela janela. Eu te deixei escapar. E fiz questão de levar contigo aquela minha última esperança de continuar o nosso tão incrível e fantasiado jogo de copas.

Monday 16 June 2008

Taking a break

Eu nem sei pra quem dedicar isso aqui. Dizem que tudo tem dois lados, mas acho que comigo tem um número ímpar maior do que três, no qual eu sempre estou dividida entre um que nunca é quem pensa ser.
Eu geralmente não começo o que termino, ou vice-versa, e não sei se sou capaz de levar isso até o fim. É claro que é tudo muito simples quando não se pensa em nada, mas eu não sou do tipo que faz isso por muito tempo. Eu te conheço a tantos que nem lembro mais de você, eu te falei tantas que nem lembro mais o que disse, e já te jurei tanto quanto me perguntei quais eram minhas verdadeiras intenções.
Mas a verdade é que nada nunca significou muito pra mim, e acho que nunca significa, pelo menos quando se trata de nós dois.

Rose Ann ♥

Pois bem, falarei dela e somente dela.
Acho que ainda temos uns assuntos inacabados por aí, e tenho certeza que não conversamos sobre tudo quando estávamos em frente ao Plaza na Avenida São João.
Eu não sou muito boa com fisionomias, mas é como se você estivesse presente em cada palavra minha, em cada pensamento meu, até mesmo contra a minha vontade.
Eu sei que normalmente a gente só troca palavras de baixo calão, mas eu não posso perder o costume de te escrever textos que você nunca vai ler.
Você de fato é tudo pra mim, e talvez a gente até tenha sido cúmplice em alguma coisa, mas acho que ultimamente estamos mais pra companheiras de casos de amor mal acabados.
Esteja certa que se eu algum dia não tive o que te falar, foi porque você simplesmente já sabia de TUDO. E eu confesso que nem sei se isso é bom ou mal, porque parece que assim eu não posso mais te surpreender.
Eu nunca fiz muita questão de ter você, porque saber que você tinha a mim foi a única coisa que sempre me bastou.

Tuesday 10 June 2008

Drive faster ♪

Estava lá, sentada na sala de espera.
Procurando o momento propício pra dizer tudo o que sentia asfixiar-lhe o sono.
Deixou-se distanciar por um segundo, tentada pela liberdade que a fazia querer voar dali, tomada por toda a coragem que a impediu de pular daquela janela.
Colecionava inúmeros pontos de ironia, apenas pelo simples fato de gastar seus dias em verdades que nunca iria contar.
Tentava de tudo um pouco pra se fazer de carne e osso, mas sabia que nem o sentimento mais verdadeiro poderia torná-la perceptível.
As horas passavam e os corpos iam e vinham, trocavam-se os números, e a paisagem nunca parecia a mesma.
Tudo mudava, exceto o mais importante.
Sua expressão, que era a única capaz de fazê-la real.

Thursday 5 June 2008

Don't

Eu preciso de um tempo pra por a minha paciência em dia. Pra me interessar pela minha vida que sempre me atrasa. Pra criar coragem e fechar a torneira de sentimentos que transbordam a minha indecisão. Eu preciso de um tempo pra atualizar a minha coletânea de amores passados. Qualquer tempo. Pra aprender a dar um fim em certas coisas.

Friday 23 May 2008

Little favours

Palavras ditas pra ninguém ouvir. Frases conhecidas pra ninguém dizer. Falso amor plastificado, que se deixa empoeirar no fundo da última prateleira de devoluções. Falsas esperanças inúteis, que morrem tão cedo quanto a minha gratidão. As tardes de inverno demoram mais a derreter, porque eu resolvi cortar relações com o sol. O tempo demora a passar, porque eu resolvi que não vou mais crescer. O querer se tornou não precisar e eu continuo a não desejar seguir o caminho das suas mãos.O sentir se tornou não tocar e eu continuo a desviar os olhos do longa-metragem que foi o nosso caso. Acho que ainda tenho a nossa caixa de presentes, com as mesmas palavras rasgadas e pétalas de sentimentos que você deixou quando saiu pela porta da sala. Acho que ainda tenho seus olhares gravados, e é quando eu ponho suas fotos na vitrola pra tentar esquecer tudo o que você me disse na galeria de arte. O telefone toca e deixo tocar. Alguém bate na porta e deixo esmurrar. Ouço a buzina e deixo buzinar. Escuto pedras na janela e deixo apedrejar. Poderia até ser você. E é isso que me deixa deixar pra lá.

Thursday 22 May 2008

And here we go again

Aqui estamos nós de novo, correndo atrás do amor que esquecemos no quarto do hotel.
E aqui vamos nós de novo, você com todo o seu fracasso e eu transbordando de esperança.
Uma única vez eu gostaria de nos ver admitindo que não formamos um belo par. Uma única vez, eu gostaria de estar comigo sem estar com você.
Quando se considera certas coisas, tem que ser considerado com a mesma intensidade, senão tudo perde o sentido e já não é tão gracioso quanto antes.
Nós podíamos conversar sobre todos os tipos de assuntos, mas você simplesmente preferiu se calar e deixar que eu me calasse também.
Ninguém é sempre tão forte quanto parece, e sou um tanto suspeita pra falar de fraquezas.
Essa sua mania de transformar tudo em música confundiu minha cabeça. E eu até fazia aula pra aprender a decifrar nossa partitura, mas os acordes continuam se desfazendo aos poucos, e lentamente diminuem o volume da minha canção.
Não daria certo nem se você pudesse repetir a parte que eu perdi. Porque a gente não é do tipo que dança mais de uma vez.

Tuesday 13 May 2008

Don't wait up for me

Quanto mais tempo eu tenho, menos me importo com ele.
Não me interessa saber pra onde eu posso ir ou o que eu posso fazer. Eu apenas prefiro pensar que no final tudo estará feito por mim ou por qualquer um que se disponha.
Eu tenho atrasado o meu relógio só pra parecer que sempre estou com pressa.
Mentira. Eu tenho todo o tempo do mundo pra fazer qualquer coisa que der na minha telha.
Eu sempre pensei que ninguém é feito só de palavras.
Mas quando se trata de mim , acho que não me faço nem de vontades.

Sunday 4 May 2008

When the show is over

Vejo o vento levar as folhas, e como seria bom se eu pudesse me juntar a elas.
Eu gostaria de gritar algumas palavras, mas o egoísmo fala mais alto e eu prefiro guardá-las para mim.
Percebo que elas escaparam das minhas mãos pela necessidade de serem ouvidas, assim como um tornado corre desesperadamente em busca de alguma terra firme e livre de estragos.
Eu pude saber quando tudo mudou de cor.
E ousaria dizer que é coisa mais empolgante que já vi desde sempre.
Eu sinto que não me falta mais nada.
Estou vazia, e completamente preenchida.
Mas ainda preciso de inspiração.
Sinto que perdi os poderes.
Os que nunca tive.
Os que nunca mais terei.
Quero um jogo que desafie meus limites.
Que não determine personagens.
Qualquer um.
Que não exija formalidades.

Saturday 3 May 2008

It gets me so down, down, down, down ♪

Acordei com a voz dos meus pensamentos, corri para a praia na esperança de te ver uma última vez, mas me deparei apenas com uma grande onda de dúvida que parecia não querer parar de crescer.
Eu deveria ter te ligado apenas pra ouvir você dizer oi, te encontrado apenas pra ver seu sorriso, me declarado apenas pra dizer que tentei.
Mas eu certamente já não tenho idade pra esse tipo de aventura, é tanta coisa pra fazer que eu me canso só de pensar.

Very loud

Na maioria das vezes, eu finjo que sou quem gostaria de ser.
Na maioria das vezes, eu sou quem eu gostaria se ser.
Na maioria das vezes, é exatamente o contrário.
Eu posso ser quem eu quiser.
Eu posso acordar de manhã cedo todos os dias e escolher que personalidade quero ter.
Posso escolher a máscara que quero usar e em que tom vou pronunciar frases inúteis.
Posso lembrar que tenho que esquecer, e pensar que não preciso pensar em nada.
Posso sorrir querendo chorar, e posso chorar de felicidade.
Posso te abraçar com uma apunhalada, e simplesmente querer te ver no chão.
Posso fingir gostar do seu jeito, ou posso querer te matar ironicamente.
Posso fazer o que quiser, e mais tarde jurar que não sei de nada.
Posso dizer que te amo, e odiar saber que te convenci.
Posso esquecer a minha fala, posso sair de cena no meio da peça.
Eu posso tudo no meu espetáculo.
O problema é que eu odeio atuar.

Friday 2 May 2008

Fiasco

As somebody once said there’s a difference between a failure and a fiasco.
A failure is simply the non-presence of success.
Any fool can accomplish failure.
But a fiasco...
A fiasco is a disaster of mythic proportions.
A fiasco is a folktale told to others that makes other people feel more alive, because it didn’t happen to them.

Dizem que vemos as coisas como nós somos e não como elas são.
Tá explicado o motivo pelo qual eu nunca gostei do que as coisas me aparentam ser.
Todos sempre acham que eu não tomo atitudes porque eu só tenho quinze anos.
Mentira. É que eu realmente fico esperando a mudança bater na minha porta.
Às vezes eu me pergunto o que diabos eu faço aqui, já que nem pra maioria das pessoas eu ligo. Já que eu preferia passar a minha vida inteira surda a ter que ouvir essa gente falando um monte de besteiras que eu nem pedi pra saber, ocupando o meu HD com coisas inúteis que nem me dizem respeito.
Eu não deveria estar falando isso, vai que eu morro amanhã e não vou para o paraíso depois do juízo final?
Mas o meu medo nem é morrer e não ir pro paraíso, é morrer e ir pro inferno e o inferno ser esse inferno que dizem ser.
A verdade é que eu não dou a mínima pra vida eterna.
E quero mais é que o mundo acabe em cama pra eu morrer dormindo.
Talvez isso seja um pouco de comodismo da minha parte.
Talvez isso seja muito comodismo da minha parte.
É mesmo muito comodismo da minha parte.
Mas essa é outra coisa pra qual eu também não dou a mínima.
Disseram-me uma vez que o comodismo consciente é um comodismo saudável.
E eu incorporo todo aquele ar de velho sábio e afirmo essa afirmação apenas pra tirar um tremendo peso das minhas costas.
Só porque eu prefiro dizer não tenho tempo pra pensar nos problemas porque estudo pro vestibular, quando na verdade eu estou só passando os olhos na matéria.
No fim das contas eu até que acho graça disso tudo. Da pessoa que eu vejo e de como eu não me incomodo nem um pouco em ver.
Deve ter um pouco de ironia nisso tudo, afinal, somos quem podemos ser.
E eu sei que eu posso ser muito mais.
Mas deixa pra amanhã, porque já passou das duas, e tá chovendo e eu acabei de acordar e sabe como é né? Ninguém pensa direito numa sexta à tarde.

Sunday 27 April 2008

Where the hell are you?

Seria um tremendo descuido tropeçar novamente nas suas pegadas, seguir seus pensamentos pra qualquer lugar e escrever versos de amor no vidro sujo do seu opala azul marinho. Foi se o tempo em que eu te esperava na sala de estar ainda confusa pela escolha da roupa e sem saber como agir quando você tentasse me abraçar no meio do filme. Há muitos que meu coração não dispara quando eu te vejo. Há vários que eu não espero por uma mensagem sua às duas da manhã. E eu não consigo crer que eu sou a única pessoa que percebe o quanto nós somos imperceptíveis juntos. Tantas vezes você dançou comigo e me disse que seria sempre meu par, tantas vezes eu acreditei que seríamos coroados juntos, rei e rainha do baile. Foram apenas planos de festa de formatura, nada mais que isso. Nada mais que me fizesse querer fugir com você pra connecticut ou minnesota, nada mais que me fizesse ver suas raras qualidades de verão.
Não é nada muito pessoal, acredite. Mas temos que admitir que não estamos acostumados com toda essa agitação da cidade grande. Você não escuta quando eu chamo seu nome, e nem se importa mais se tem ou não ovos com bacon no café da manhã. Você não liga se não vamos ver os Lakers no fim de semana, e nem se eu fiquei horas no salão pra te assistir no seu discurso tão importante. Você não me espera pro chá da tarde. Você nem toma mais chá.

Tuesday 22 April 2008

Who invited you?

Não sei se é só impressão ou se realmente alguma coisa mudou. Escolher minhas melhores frases e pintar o mundo da minha maneira parece tão mais interessante do que quando era com você. Eu não faço mais nenhuma questão de ser idiota, ou de deixar que me façam de. Na verdade eu não sei se o que tem mais graça é o meu papel de trouxa ou a sua pose de sobrevivência que empunha um troféu de décimo nono lugar.

Wednesday 16 April 2008

Come back and find me

Finalmente me vi através do espelho, como se não existisse mais nenhuma luz pra refletir o meu exterior.
Posso ver o caminho que as dúvidas percorrem na minha mente, e pela primeira vez percebo que elas estão tão confusas quanto eu.
Escrevem algumas palavras e põem um ponto final.
Põem um ponto final e banalizam a idéia reproduzida.
Banalizam a idéia e em seguida se modificam.
Coisa estranha essa de escritores.
Legal seria se fosse como a chuva, que cai sem se importar com o que vão pensar aqui embaixo.
Legal seria se apenas fosse, que é mesmo sem saber o que, por que.
Já passam das dezesseis e eu tenho que correr se ainda quiser pegar o trem.
A verdade é que nem sei pra onde vou.
Apenas quero ir.
Deixar que me levem.
E me deixar levar.

Tuesday 15 April 2008

Because i'm hopeless

O tempo tem se tomado de mim de uma maneira incontrolável, tanto que eu nem o tenho pra tentar descrevê-lo. Incrivelmente inexplicável é a minha vontade, que foi se embora no exato momento em que eu entrei pra carreira oportunista. Todo aquele dilúvio de idéias rolou boca abaixo, e me restaram apenas algumas gotas de palavras. Eu imagino ter perdido todo o meu espírito adolescente. Eu temo ter perdido a única coisa que me fazia diferente de mim.

Sunday 6 April 2008

Your ashes come home to me

Faz um bom tempo que as palavras não vem me visitar. Chego a pensar que me ignoraram, apenas pelo fato de eu não as ter percebido durante esses dias. É que é tanta coisa pra se lembrar que eu acabo me esquecendo e tudo passa por mim como o vento num dia sem ele. Permaneço no sofá de couro branco, sentada, me deixando levar pelo folk que tanto me encanta. Alimento mais uma vez o Jukebox e permito que a voz da KT ecoe pela sala e escape pela janela entreaberta. E assim começa mais uma noite sem mim. Eu fico fora por poucos instantes, mas me parecem uma eternidade, tanto que até tive tempo de sonhar. Transcrevo com os olhos todos os tipos de cores e sensações. Minhas mãos não têm forças pra voltar à ativa, e eu continuo aqui nesse meio termo. Leio artigos de vestibular, repito alguns versos, faço qualquer coisa pra ter a vontade de voltar a escrever. Penso em uma frase clichê, um verso de amor bem brega, mas nada me vem à cabeça. Paro pra ouvir a canção e percebo que ela me oferece todo o tipo inspiração. E é uma pena, porque eu nunca fui de aceitar coisas de estranhos.

Thursday 3 April 2008

Palavras repetidas

Não tenho certeza se escrever contos seria seu forte, mas de qualquer forma ela encanta todo tipo de leitor. Palavras aleatórias, subconscientemente pensadas formam algumas frases que se encaixam perfeitamente em qualquer situação. É bom saber que ela está vivendo algo novo, é bom saber que seus pensamentos estão lá quando se precisa de inspiração. Talvez ela não admita, ou talvez não tenha noção do impacto de suas maravilhosas idéias. A maneira como descreve cada sentimento. É como se estivesse ao meu lado narrando uma incrível jornada pelos sete mares.
Não sei o que seria se parasse de escrever. Eu observaria cada milímetro dos arbustos, procuraria em todas as nuvens, acho que andaria por aí, sem rumo. Perdida no caminho da minha própria mente.

Wednesday 2 April 2008

Apenas quatro linhas

Acho que pensei ter recebido declarações pelo correio, como se eu tivesse alguém disposto a me endereçar cartas. Tive uma rápida impressão de que tinham buzinado no portão de casa, coincidentemente eu estava arrumada e pronta pra ser convidada a sair. Foi só uma impressão.
Atendi o telefone, olhei pela janela e nada. Nem a maldita esperança vi passar na rua de trás.

Tuesday 1 April 2008

Neo Expressionismo

As palavras devem surgir que nem grama no jardim de um palácio. Talvez transbordem como quando a gente abre uma garrafa de champanhe em plena virada do ano. Acho até que me lembram aquelas cachoeiras de Angra dos Reis. Parecem que sei lá, acabaram de sair do forno e estão só esperando o momento de serem servidas. É como se nada te impedisse de continuar. Nada. Cada ponto, linear ou parágrafo, cada pingo no 'i', cada vogal combinada é seu veredicto final, e cada texto é um culpado ou inocente que tem seu caso encerrado. Penso que deve ser mais difícil dar um fim do que um início às frases, parecida com aquela sensação que dá quando se toma um banho fervendo com o termômetro marcando 'quase gelo'. Bela maneira de expressar as coisas, a sua. Se te comparassem com Marina Colasanti, confesso que ficaria a seu favor. Qualquer indivíduo não alcoólatra, se embebedaria com suas frases sem pensar duas vezes, mergulharia a fundo, e só daria as caras quando já tivesse bebido inclusive suas listas de supermercado. Qual seria o seu segredo, sua fonte de inspiração? Qual o carro que você dirige, a marca do seu novo mundo? Quais os livros que você lê e os quadros que você observa? Eu juro que passo a ver o mundo com outros olhos, se eu puder aprender nem que seja um capítulo do seu maravilhoso estilo literário.

Monday 31 March 2008

A grande São Paulo

Que vontade de voltar pra SP. Dormir sabendo que daqui a pouco vou ter que acordar. Tomar um banho e depois o café, que infelizmente só vai até às nove. E ficar na janela, olhando as pessoas no ponto, esperando aquele ônibus bacana que me parece mais uma sanfona. Finalmente colocar o pé pra fora, não pra constar que a cidade ainda está lá, mas pra descobrir novamente.
Como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo. Obviamente não tenho o tempo necessário pra ver tudo, e mesmo que eu morasse aqui, acho que não daria a mesma atenção que Caetano. Certamente não daria. O tal do metrô também, que eu nem muito ouvi falar. Morreria sem saber que não tem condicionador de ar e que o carinha que fala no microfone não tem a mesma simpatia que a mulher lá do Rio. E todas aquelas estações, nem sei onde deveria descer. Onde tiver gente descendo eu desço atrás, e deixo a vida me levar. Pra algum centro cultural ou uma vinte e cinco de março qualquer. Se me soltarem ali por perto, garanto que nem sei voltar pro largo do Paissandu. E olha que é até bem fácil de se achar. Eu não acharia. É tudo tão simples e às vezes tão feio. Apenas uma cidade, bem mais velha do que quando eu tinha três anos, mas diferente, e com pessoas legais. A selva de pedra. Quem diria, logo eu que sou tão defensora da natureza. Nem senti tanta falta dela.

Sunday 30 March 2008

Trem das onze

Quase vinte e quatro horas e eu aqui, procurando um pensamento concreto e digno de ser mencionado. Assisto um filme, termino um seriado, leio algum livro ou qualquer coisa antiga, com a esperança de que surja alguma idéia válida e pronta para ser compartilhada. O fato de se ter um lugar pra escrever me faz pensar em compromisso, e o fato de pensar em compromisso me faz desejar não ter nada em que escrever, mas de certa forma eu escrevo sem prazo e logo, sem a necessidade de entregar na hora certa . Quando não se tem o que agir ou o que pensar, acaba-se procurando coisas novas, figuras geométricas, coloridamente diferentes de tudo o que já se viu nos longos quinze anos de vida. E é como comprar uma roupa velha, é nova pra você, e apenas sua, não mais de ninguém. Sei que não vem ao caso agora, mas eu sempre preferi ser criança.
Não se precisa de preocupações, e muito menos desses amores platônicos inúteis. Maldita seja essa tal de adolescência, puberdade, fase adulta ou sei lá como chamam. Pro inferno todas elas! E que levem junto todo o esquecimento e esses sintomas engraçados da feliz idade. Mas não adianta chutar o pau da barraca, se achar a rainha da cocada preta ou estar mais perdido que cego em dia de tiroteio. Sempre tem um jeito mais calmo, pior, e menos confuso de se chegar aonde quer. Mas até que esse jeito me encontre, eu permanecerei aqui, na quase segunda-feira.
Descobrindo uma maneira, um motivo, qualquer coisa que me faça terminar esse indesejado texto de fim de noite. Tipo aqueles filmes que ninguém quer ver. Sabe? Aquelas coisas que não se agüenta mais falar sobre.

Saturday 29 March 2008

Platão (?)

Eu gostaria de poder mudar o curso das coisas. Pintar um quadro famoso e pendurar no brechó lá perto da praia. Voltar no tempo, trocar jabuticaba por ruby e passar base fortalecedora em vez de brilho intenso. Como seria se eu não tivesse dado aquele fora? Se eu apenas tivesse sido mais paciente, menos ignorante, talvez chovesse a semana inteira e não somente esses contagiantes três dias. Pode ser que certas pessoas não percebam que não querem perceber, e isso de repente desencadeia todo o processo aeróbico que o professor citou no pré-vestibular. Certamente seria inútil se cansar da vida sem ter feito algo realmente memorável durante ela, mas e como explicar todas as vezes que se tem que repetir as coisas pra dar a entender que conscientemente se importa? Se eu apenas pudesse ampliar meus horizontes. Se eu descobrisse um atalho rápido e direto pro bacharelado em física. Se por um segundo eu falasse tudo o que me vem à cabeça.
Acho que eu flutuaria. Como aqueles balões que vendem no parque. Fugindo com o circo. Direto pro planeta anão.