Saturday 3 May 2008

Very loud

Na maioria das vezes, eu finjo que sou quem gostaria de ser.
Na maioria das vezes, eu sou quem eu gostaria se ser.
Na maioria das vezes, é exatamente o contrário.
Eu posso ser quem eu quiser.
Eu posso acordar de manhã cedo todos os dias e escolher que personalidade quero ter.
Posso escolher a máscara que quero usar e em que tom vou pronunciar frases inúteis.
Posso lembrar que tenho que esquecer, e pensar que não preciso pensar em nada.
Posso sorrir querendo chorar, e posso chorar de felicidade.
Posso te abraçar com uma apunhalada, e simplesmente querer te ver no chão.
Posso fingir gostar do seu jeito, ou posso querer te matar ironicamente.
Posso fazer o que quiser, e mais tarde jurar que não sei de nada.
Posso dizer que te amo, e odiar saber que te convenci.
Posso esquecer a minha fala, posso sair de cena no meio da peça.
Eu posso tudo no meu espetáculo.
O problema é que eu odeio atuar.