Tuesday 1 April 2008

Neo Expressionismo

As palavras devem surgir que nem grama no jardim de um palácio. Talvez transbordem como quando a gente abre uma garrafa de champanhe em plena virada do ano. Acho até que me lembram aquelas cachoeiras de Angra dos Reis. Parecem que sei lá, acabaram de sair do forno e estão só esperando o momento de serem servidas. É como se nada te impedisse de continuar. Nada. Cada ponto, linear ou parágrafo, cada pingo no 'i', cada vogal combinada é seu veredicto final, e cada texto é um culpado ou inocente que tem seu caso encerrado. Penso que deve ser mais difícil dar um fim do que um início às frases, parecida com aquela sensação que dá quando se toma um banho fervendo com o termômetro marcando 'quase gelo'. Bela maneira de expressar as coisas, a sua. Se te comparassem com Marina Colasanti, confesso que ficaria a seu favor. Qualquer indivíduo não alcoólatra, se embebedaria com suas frases sem pensar duas vezes, mergulharia a fundo, e só daria as caras quando já tivesse bebido inclusive suas listas de supermercado. Qual seria o seu segredo, sua fonte de inspiração? Qual o carro que você dirige, a marca do seu novo mundo? Quais os livros que você lê e os quadros que você observa? Eu juro que passo a ver o mundo com outros olhos, se eu puder aprender nem que seja um capítulo do seu maravilhoso estilo literário.

1 .:

Thiago said...

Caramba cara, tu tem umas tiradas ótimas no meio do texto

"e cada texto é um culpado ou inocente que tem seu caso encerrado."

esse trecho parece aquele tipo de frase que se encaixa em qualquer contexto. Muito bom. Mesmo.