Sunday 27 April 2008

Where the hell are you?

Seria um tremendo descuido tropeçar novamente nas suas pegadas, seguir seus pensamentos pra qualquer lugar e escrever versos de amor no vidro sujo do seu opala azul marinho. Foi se o tempo em que eu te esperava na sala de estar ainda confusa pela escolha da roupa e sem saber como agir quando você tentasse me abraçar no meio do filme. Há muitos que meu coração não dispara quando eu te vejo. Há vários que eu não espero por uma mensagem sua às duas da manhã. E eu não consigo crer que eu sou a única pessoa que percebe o quanto nós somos imperceptíveis juntos. Tantas vezes você dançou comigo e me disse que seria sempre meu par, tantas vezes eu acreditei que seríamos coroados juntos, rei e rainha do baile. Foram apenas planos de festa de formatura, nada mais que isso. Nada mais que me fizesse querer fugir com você pra connecticut ou minnesota, nada mais que me fizesse ver suas raras qualidades de verão.
Não é nada muito pessoal, acredite. Mas temos que admitir que não estamos acostumados com toda essa agitação da cidade grande. Você não escuta quando eu chamo seu nome, e nem se importa mais se tem ou não ovos com bacon no café da manhã. Você não liga se não vamos ver os Lakers no fim de semana, e nem se eu fiquei horas no salão pra te assistir no seu discurso tão importante. Você não me espera pro chá da tarde. Você nem toma mais chá.

Tuesday 22 April 2008

Who invited you?

Não sei se é só impressão ou se realmente alguma coisa mudou. Escolher minhas melhores frases e pintar o mundo da minha maneira parece tão mais interessante do que quando era com você. Eu não faço mais nenhuma questão de ser idiota, ou de deixar que me façam de. Na verdade eu não sei se o que tem mais graça é o meu papel de trouxa ou a sua pose de sobrevivência que empunha um troféu de décimo nono lugar.

Wednesday 16 April 2008

Come back and find me

Finalmente me vi através do espelho, como se não existisse mais nenhuma luz pra refletir o meu exterior.
Posso ver o caminho que as dúvidas percorrem na minha mente, e pela primeira vez percebo que elas estão tão confusas quanto eu.
Escrevem algumas palavras e põem um ponto final.
Põem um ponto final e banalizam a idéia reproduzida.
Banalizam a idéia e em seguida se modificam.
Coisa estranha essa de escritores.
Legal seria se fosse como a chuva, que cai sem se importar com o que vão pensar aqui embaixo.
Legal seria se apenas fosse, que é mesmo sem saber o que, por que.
Já passam das dezesseis e eu tenho que correr se ainda quiser pegar o trem.
A verdade é que nem sei pra onde vou.
Apenas quero ir.
Deixar que me levem.
E me deixar levar.

Tuesday 15 April 2008

Because i'm hopeless

O tempo tem se tomado de mim de uma maneira incontrolável, tanto que eu nem o tenho pra tentar descrevê-lo. Incrivelmente inexplicável é a minha vontade, que foi se embora no exato momento em que eu entrei pra carreira oportunista. Todo aquele dilúvio de idéias rolou boca abaixo, e me restaram apenas algumas gotas de palavras. Eu imagino ter perdido todo o meu espírito adolescente. Eu temo ter perdido a única coisa que me fazia diferente de mim.

Sunday 6 April 2008

Your ashes come home to me

Faz um bom tempo que as palavras não vem me visitar. Chego a pensar que me ignoraram, apenas pelo fato de eu não as ter percebido durante esses dias. É que é tanta coisa pra se lembrar que eu acabo me esquecendo e tudo passa por mim como o vento num dia sem ele. Permaneço no sofá de couro branco, sentada, me deixando levar pelo folk que tanto me encanta. Alimento mais uma vez o Jukebox e permito que a voz da KT ecoe pela sala e escape pela janela entreaberta. E assim começa mais uma noite sem mim. Eu fico fora por poucos instantes, mas me parecem uma eternidade, tanto que até tive tempo de sonhar. Transcrevo com os olhos todos os tipos de cores e sensações. Minhas mãos não têm forças pra voltar à ativa, e eu continuo aqui nesse meio termo. Leio artigos de vestibular, repito alguns versos, faço qualquer coisa pra ter a vontade de voltar a escrever. Penso em uma frase clichê, um verso de amor bem brega, mas nada me vem à cabeça. Paro pra ouvir a canção e percebo que ela me oferece todo o tipo inspiração. E é uma pena, porque eu nunca fui de aceitar coisas de estranhos.

Thursday 3 April 2008

Palavras repetidas

Não tenho certeza se escrever contos seria seu forte, mas de qualquer forma ela encanta todo tipo de leitor. Palavras aleatórias, subconscientemente pensadas formam algumas frases que se encaixam perfeitamente em qualquer situação. É bom saber que ela está vivendo algo novo, é bom saber que seus pensamentos estão lá quando se precisa de inspiração. Talvez ela não admita, ou talvez não tenha noção do impacto de suas maravilhosas idéias. A maneira como descreve cada sentimento. É como se estivesse ao meu lado narrando uma incrível jornada pelos sete mares.
Não sei o que seria se parasse de escrever. Eu observaria cada milímetro dos arbustos, procuraria em todas as nuvens, acho que andaria por aí, sem rumo. Perdida no caminho da minha própria mente.

Wednesday 2 April 2008

Apenas quatro linhas

Acho que pensei ter recebido declarações pelo correio, como se eu tivesse alguém disposto a me endereçar cartas. Tive uma rápida impressão de que tinham buzinado no portão de casa, coincidentemente eu estava arrumada e pronta pra ser convidada a sair. Foi só uma impressão.
Atendi o telefone, olhei pela janela e nada. Nem a maldita esperança vi passar na rua de trás.

Tuesday 1 April 2008

Neo Expressionismo

As palavras devem surgir que nem grama no jardim de um palácio. Talvez transbordem como quando a gente abre uma garrafa de champanhe em plena virada do ano. Acho até que me lembram aquelas cachoeiras de Angra dos Reis. Parecem que sei lá, acabaram de sair do forno e estão só esperando o momento de serem servidas. É como se nada te impedisse de continuar. Nada. Cada ponto, linear ou parágrafo, cada pingo no 'i', cada vogal combinada é seu veredicto final, e cada texto é um culpado ou inocente que tem seu caso encerrado. Penso que deve ser mais difícil dar um fim do que um início às frases, parecida com aquela sensação que dá quando se toma um banho fervendo com o termômetro marcando 'quase gelo'. Bela maneira de expressar as coisas, a sua. Se te comparassem com Marina Colasanti, confesso que ficaria a seu favor. Qualquer indivíduo não alcoólatra, se embebedaria com suas frases sem pensar duas vezes, mergulharia a fundo, e só daria as caras quando já tivesse bebido inclusive suas listas de supermercado. Qual seria o seu segredo, sua fonte de inspiração? Qual o carro que você dirige, a marca do seu novo mundo? Quais os livros que você lê e os quadros que você observa? Eu juro que passo a ver o mundo com outros olhos, se eu puder aprender nem que seja um capítulo do seu maravilhoso estilo literário.