Sunday 30 March 2008

Trem das onze

Quase vinte e quatro horas e eu aqui, procurando um pensamento concreto e digno de ser mencionado. Assisto um filme, termino um seriado, leio algum livro ou qualquer coisa antiga, com a esperança de que surja alguma idéia válida e pronta para ser compartilhada. O fato de se ter um lugar pra escrever me faz pensar em compromisso, e o fato de pensar em compromisso me faz desejar não ter nada em que escrever, mas de certa forma eu escrevo sem prazo e logo, sem a necessidade de entregar na hora certa . Quando não se tem o que agir ou o que pensar, acaba-se procurando coisas novas, figuras geométricas, coloridamente diferentes de tudo o que já se viu nos longos quinze anos de vida. E é como comprar uma roupa velha, é nova pra você, e apenas sua, não mais de ninguém. Sei que não vem ao caso agora, mas eu sempre preferi ser criança.
Não se precisa de preocupações, e muito menos desses amores platônicos inúteis. Maldita seja essa tal de adolescência, puberdade, fase adulta ou sei lá como chamam. Pro inferno todas elas! E que levem junto todo o esquecimento e esses sintomas engraçados da feliz idade. Mas não adianta chutar o pau da barraca, se achar a rainha da cocada preta ou estar mais perdido que cego em dia de tiroteio. Sempre tem um jeito mais calmo, pior, e menos confuso de se chegar aonde quer. Mas até que esse jeito me encontre, eu permanecerei aqui, na quase segunda-feira.
Descobrindo uma maneira, um motivo, qualquer coisa que me faça terminar esse indesejado texto de fim de noite. Tipo aqueles filmes que ninguém quer ver. Sabe? Aquelas coisas que não se agüenta mais falar sobre.

1 .:

Thiago said...

E que levem junto todo o esquecimento e esses sintomas engraçados da feliz idade.

Todo mundo quer ser feliz, mas ninguém quer saber como.

E demora.