Monday, 31 March 2008
A grande São Paulo
Como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo. Obviamente não tenho o tempo necessário pra ver tudo, e mesmo que eu morasse aqui, acho que não daria a mesma atenção que Caetano. Certamente não daria. O tal do metrô também, que eu nem muito ouvi falar. Morreria sem saber que não tem condicionador de ar e que o carinha que fala no microfone não tem a mesma simpatia que a mulher lá do Rio. E todas aquelas estações, nem sei onde deveria descer. Onde tiver gente descendo eu desço atrás, e deixo a vida me levar. Pra algum centro cultural ou uma vinte e cinco de março qualquer. Se me soltarem ali por perto, garanto que nem sei voltar pro largo do Paissandu. E olha que é até bem fácil de se achar. Eu não acharia. É tudo tão simples e às vezes tão feio. Apenas uma cidade, bem mais velha do que quando eu tinha três anos, mas diferente, e com pessoas legais. A selva de pedra. Quem diria, logo eu que sou tão defensora da natureza. Nem senti tanta falta dela.
Sunday, 30 March 2008
Trem das onze
Quase vinte e quatro horas e eu aqui, procurando um pensamento concreto e digno de ser mencionado. Assisto um filme, termino um seriado, leio algum livro ou qualquer coisa antiga, com a esperança de que surja alguma idéia válida e pronta para ser compartilhada. O fato de se ter um lugar pra escrever me faz pensar em compromisso, e o fato de pensar em compromisso me faz desejar não ter nada em que escrever, mas de certa forma eu escrevo sem prazo e logo, sem a necessidade de entregar na hora certa . Quando não se tem o que agir ou o que pensar, acaba-se procurando coisas novas, figuras geométricas, coloridamente diferentes de tudo o que já se viu nos longos quinze anos de vida. E é como comprar uma roupa velha, é nova pra você, e apenas sua, não mais de ninguém. Sei que não vem ao caso agora, mas eu sempre preferi ser criança.
Não se precisa de preocupações, e muito menos desses amores platônicos inúteis. Maldita seja essa tal de adolescência, puberdade, fase adulta ou sei lá como chamam. Pro inferno todas elas! E que levem junto todo o esquecimento e esses sintomas engraçados da feliz idade. Mas não adianta chutar o pau da barraca, se achar a rainha da cocada preta ou estar mais perdido que cego em dia de tiroteio. Sempre tem um jeito mais calmo, pior, e menos confuso de se chegar aonde quer. Mas até que esse jeito me encontre, eu permanecerei aqui, na quase segunda-feira.
Descobrindo uma maneira, um motivo, qualquer coisa que me faça terminar esse indesejado texto de fim de noite. Tipo aqueles filmes que ninguém quer ver. Sabe? Aquelas coisas que não se agüenta mais falar sobre.
Saturday, 29 March 2008
Platão (?)
Acho que eu flutuaria. Como aqueles balões que vendem no parque. Fugindo com o circo. Direto pro planeta anão.